O passado industrial do Brás marcou de maneira expressiva o território, espalhando inúmeros galpões, que anteriormente eram destinados à produção industrial, mas que hoje são o retrato do abandono e do esquecimento. Além dos galpões, a enorme quantidade de estacionamentos, que ocupa áreas consideráveis, contrasta com a abundância de cortiços, evidenciando uma péssima distribuição do espaço. Os únicos espaços públicos disponíveis, limitam-se às calçadas, que se encontram em condições deploráveis e muitas vezes são de péssima caminhabilidade.

Uma característica interessante do território é que, vizinhos aos cortiços, que são marcados pela vulnerabilidade e pela ausência de espaço de qualidade para os seus habitantes, geralmente encontram-se galpões abandonados e subutilizados ocupando uma área significativa que talvez pudesse ser aproveitada de uma maneira diferente, trazendo novas possibilidades ao território.​​​​​​​

Processo de análise e intervenção no território

Esses novos espaços foram pensados de forma que eles “rasgassem” algumas quadras, criando novas possibilidades de permeabilidade através do território, ou seja, novas ruas que abrigam uma variedade programática ou mesmo de espaços que pudessem atender não só aos habitantes locais, mas também aos que rotineiramente caminham pelo Brás.

Acesso 1 | Rua 21 de Abril

Um desses “rasgos” recebeu um espaço cultural, que busca, através da flexibilidade programática, criar um ambiente plural voltado para a produção e disseminação da cultura no Brás. O projeto procura minimizar alguns problemas comuns ao território como: a escassez de espaços públicos de qualidade, as péssimas condições de caminhabilidade e a ausência de equipamentos culturais e comunitários.
A implantação surge então a partir da geração de uma “nova rua” que possibilita uma forma diferente de atravessar a quadra. Alguns volumes, destinados às salas de aula e de ensaio, são colocados sob uma grande laje que recebe um vazio central, permitindo uma completa interação entre o pavimento superior e o térreo. O pavimento superior busca facilitar encontros comunitários e fornece conectividade aos usuários do local através de uma sala de informática.

Isométrica explodida | Fluxos do térreo

Planta do Térreo

Corte A

Acesso 2 | Rua Uruguaiana

Pequenos pátios internos são gerados | Térreo

Arquibancada | Térreo

Isométrica explodida | Fluxos do 1º pavimento

Uma característica marcante do projeto é a multiplicidade com a que as pessoas podem circular. Uma longa rampa faz uma ligação direta entre a rua Uruguaiana e o pavimento superior, criando também um espaço elevado que pode ser usado para que as pessoas não só transitem, mas também observem e contemplem os possíveis eventos e espetáculos que podem vir a acontecer no local. 

Uma generosa arquibancada, que também funciona como escada para ligar o térreo ao primeiro pavimento, se volta para praticamente todos os lados do projeto, buscando dar importância e significado a cada espaço gerado.

Acesso ao 1º pavimento através da rampa

Planta 1º Pavimento

Corte B

Passarelas e conexões | 1º pavimento

Terraços gerados na conexão às salas múltiplas | 1º pavimento

Vista para o vazio central | 1º pavimento

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